quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Paraná II e Parte de Santa Catarina

33º Dia - 26 de Fevereiro de 2014 - Foz do Iguaçu a Realeza/PR Decidi aproveitar o dia para visitar a hidrelétrica de Itaipu, obra em que meu pai trabalhou durante muitos anos nas décadas de 1970 e 1980. Em poucos minutos percorri a rodovia que dá acesso à esta magnifica obra da nossa engenharia. No caminho, parei na entrada da Unioeste, universidade onde me graduei em 1991. Pena que estavam de férias.
Um moderno centro de recepção de visitantes localizado ao lado direito dos portões de entrada é o local para onde os visitantes se dirigem. Ali obtem-se informações dos pacotes e depois de adquirir um deles, você assiste um breve documentário sobre a obra para logo depois se acomodar em um dos vários ônibus panorâmicos que te levarão aos principais pontos turísticos de Itaipu. Com um custo de R$ 25,00 e passeio de 1,5 horas, deixei minha moto ali estacionada e tomei assento. Pude rever vários locais como o vertedouro e o túnel que dá acesso ao lado paraguaio. Rodamos ainda sobre a barragem de concreto imensa e assustadora, represando o Rio Paraná.
Voltei no tempo com as explicações do guia sobre a construção e lembrei da época que acompanhava muito de perto o que ali acontecia quando era adolescente pois morava ao lado da rodovia, a pouco mais de um quilometro dos portões de entrada. Uma área verde com mais de 1.500 árvores, todas identificadas, chama a atenção próximo do mirante do vertedouro. Cada visitante ilustre planta uma árvore quando visita o local. Do mesmo modo, quando um funcionário se aposenta, uma árvore é plantada em sua homenagem.
Morei 20 anos em Foz do Iguaçu e quando minha família ali chegou em 1972 a cidade tinha pouco mais de 30 mil habitantes e começavam limpar a área onde mais tarde seria construida a maior hidrelétrica do mundo. Terminada a visita, peguei a moto e rodei mais uns 30 km até chegar, pela BR 469 na entrada do Parque Nacional do Iguaçu para visitar as famosas Cataratas do Iguaçu.
Estranhei um pouco. Na década de 1990 ainda era permitido entrar com carro ou moto neste parque. Hoje isso não mais é permitido. Na entrada do parque há uma área para estacionamento e compra do ticket de acesso. Achei salgado pagar R$ 17,00 para estacionar a moto durante tres horas mas não havia outra opção segura. Outros R$ 30,00 foram gastos para o ingresso. Tudo bem. Vale a pena rever. Logo depois já estava a bordo de um ônibus panorâmico cheio de gringos, rumo às Cataratas.
Praticamente nada mudou lá dentro. Os mesmos caminhos, os mesmos mirantes e é claro, muitos quatis, este pequeno animal que já se acostumou com a presença dos humanos e se aproveita disso, alimentando-se de biscoitos, frutas e outras guloseimas. Tomem cuidado. Um pacote na sua mão, logo, logo pode estar nas garras destes simpáticos animais. Como trabalhei muitos anos com reabastecimento de aeronaves, devo ter feito mais de trinta sobrevôos de helicópteros sobre as cataratas nos anos 80. Cortesia dos amigos da Helisul!
De volta à entrada do parque, rumei para casa do meu irmão Cerineu e carreguei a tralha na motoca pois era hora de partir. Estou aproveitando a viagem para rever amigos e parentes. Desta vez vou para o sudoeste de Santa Catarina para visitar meu pai. Deixei Foz do Iguaçu às 15h30min voltando pela BR 277 até próximo de Cascavel onde tomei outra rodovia, a BR 163 à direita para chegar à noite, debaixo de muita chuva em Realeza, ainda Paraná.
Sem sucesso, tentei falar com o Toco dal Molin, motociclista do Vida Mansa MG que conheci na Venezuela há alguns meses. Ele e sua turma voltavam ao Brasil depois de percorrer alguns países da América do Sul e eu e alguns integrantes do Roraima MC íamos para um encontro de motos em Isla Margarita,caribe venezuelano. Me hospedei no Plaza Hotel e pedi um sanduiche cavalar para matar a fome. 34º Dia - 27 de Fevereiro de 2014 - Realeza/PR a Catanduvas/SC Logo cedo recebi ligação do Toco dal Molin e combinamos nos encontrar na saída da cidade, onde botamos o papo em dia. Ao reabastecer a moto, percebi que tinha levado a chave do hotel no bolso. Paciência, tô longe para voltar. Como o objetivo de hoje era o de visitar meu pai, aproei para Águas de Chapecó, em Santa Catarina, primeiro pela PR 182 e depois pela SC 469.
Estradas boas mas muito tráfego pesado. Meio dia cheguei na simpática cidade, com muitas ruas calçadas com paralelepípedo. Fui recebido com muita emoção pelo meu velho.
Depois de conversarmos um pouco, lá estava eu na estrada novamente desta feita pela SC 283. As estradas estaduais de Santa Catarina estão bem conservadas e eu já estava me irritando com um motorista que seguia à minha frente em baixa velocidade. Como era região de muitas curvas, não havia pontos de ultrapassagem. E, em cada curva, parece que ele diminuia ainda mais a velocidade.
Depois de alguns minutos atrás dele, subitamente ele acionou os freios, quase parando na pista. Decidi ultrapassá-lo, mesmo com faixa contínua. Só então percebi porque ele diminuira a velocidade. Logo à frente, em mais uma das curvas, estavam policiais rodoviários estaduais fazendo uma blitz, já próximo de Chapecó.
Não deu outra. Me pararam e tomei a primeira multa da minha vida pela ultrapassagem em local proibido. Paciência....Estava errado e não posso reclamar. Pior foi saber depois que o policial que me multou, também era motociclista. O chamado Vale do Contestado é de paisagens pitorescas e com este belo visual cheguei em Catanduva onde resolvi dormir depois de um belo bife com fritas e um friozinho que há muito não via.
A quilometragem acumulada até aqui é de 13.750 km. Vamo que vamo!!

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