quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Argentina I

40º Dia - 04 de março de 2014 - Colônia del Sacramento/Uruguai a Buenos Aires/Argentina. As 04 da madrugada, como tinha solicitado, fui acordado pelo recepcionista. Me aprontei e depois de alguma dificuldade para tirar a moto guardada na garagem junto com dois carros, segui para o terminal do Buquebus, a pouco mais de dois quilometros. Deixei a moto no estacionamento e fui até o saguão do terminal para dar a saida do Uruguai. Confesso que desconhecia o fato, mas aqui, a imigração e aduana do Uruguai e Argentina são integradas. Isso significa dizer que você dá a saída do Uruguai e entrada na Argentina na mesma sala. Com certeza você economiza muito tempo. E pensar que o Brasil com suas imensas fronteiras ainda não pensou nisso. Tão logo conclui o trâmite, me autorizaram a deixar a sala e buscar a moto, entrando por um portão exclusivo para quem ia tomar o ferry. Ainda escuro, deixei minha moto estacionada ao lado de duas motos Royal Enfield com seu visual retrô, ambas com placas argentinas. Meia hora depois fomos autorizados a entrar no ferry. Estacionei a moto no cavalete central pois com o tempo fechado, o Mar del Plata estava nervoso e o navio ia balançar muito. Subi para a área destinada aos passageiros e tomei um café reforçado. Me abanquei em um canto e cochilei um pouco enquanto o navio navegava.
Duas horas e quarenta minutos depois, chegamos a Buenos Aires.
Ao descer para retirar a moto, vi que uma imensa camioneta estava estacionada muito perto da moto. Uma senhora, quase do tamanho da camioneta, tentava entrar pela porta do carona, sem conseguir abri-la totalmente. Eu cheguei perto da moto mas não podia fazer nada para ajudar. Não havia espaço para manobras. E, a mulher me dirigindo vários impropérios na língua mãe dela. Pensei em retribuir os xingamentos mas deixei de lado. Prometi não me estressar na viagem e não vou fazer isso agora. Na ansiedade para sair, todos motoristas ligam os motores e o dióxido de carbono toma conta do espaço confinado. Quando autorizaram a saída, eu já estava sufocando. Parti e, pelo retrovisor, vi que a mulher ainda não tinha entrado na camioneta. No primeiro posto de gasolina, parei para completar o tanque. Um detalhe importante: na Argentina, a gasolina se chama nafta e é encontrada na octanagem 95 e 98. Já o diesel recebe o nome de gasoil. Cuidado para não confundir. Com o GPS já programado, segui para San Fernando, próximo de Buenos Aires. Tinha prometido passar por lá para rever um motociclista argentino, o JP que há alguns meses sofrera um grave acidente próximo de Boa Vista e sua VStron 1.000 teve perda total. Ele fraturou o pé e o fêmur e nos quase 20 dias que ficou internado em Roraima, prestei o apoio, inclusive falando com a família dele na Argentina. Sua irmã Mariele e o pai foram para Boa Vista e nos tornamos amigos naquele momento complicado. Agora, aqui estou, para rever os amigos. Pouco depois já estava em frente da casa dele e fui recebido pela irmã e sua mãe com grande alegria. Logo depois chegou o JP, ainda de muletas mas já dirigindo seu carro.
Foi uma grande alegria reve-los e fui recebido como integrante da família. Lógico que à noite, não poderia faltar uma autentica parilla argentina, um belo churrasco preparado pelo pai do JP regado à Quilmes geladissima.

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