sábado, 17 de maio de 2014

Bahia

Indiaroba foi a última cidade visitada em Sergipe antes de entrar no Estado da Bahia percorrendo a Linha Verde ou Rodovia BA 099. Os duzentos quilometros de distância até Salvador foram rápidos com uma única parada próximo à Sauípe para fotos. Cheguei na capital baiana no pior horário. Meio dia e um trânsito infernal. Como tinha que ir até o palácio do governo para as fotos e este se localizar na parte antiga da cidade com ruas estreitas, foi um sufoco chegar ao local. Nem tinha estacionado a moto e fui cercado por vários vendedores de quinquilharias, guias de pousadas e hotéis, etc. Uma baiana amarrou um fitinha do Senhor do Bonfim em meu pulso, mesmo eu lhe avisando que não iria pagar nada por aquilo. Depois de algumas fotos em frente ao Palácio da Aclamação, Prefeitura e Elevador Lacerda, tratei de seguir viagem pois não queria pernoitar em Salvador, cidade de onde, infelizmente, não guardo boas lembranças. Voltei a sofrer com o pesado trânsito e "cortei" por dentro a rota, passando por Simões Filho onde conheci um casal de motociclistas que conversamos durante alguns minutos. Depois segui para Santo Amaro, Cachoeira, São Estevão e Argoim, tomando a BR 242 até Itaberaba, cidade que se intitula Portal da Chapada Diamantina. Exausto, depois de rodar 770 quilometros no dia, mesmo ainda tendo luz para rodar outros duzentos quilometros, decidi pernoitar ali. Acumulo até o momento 6.900 quilometros de estradas e 30 horas sobre as águas. Nota: Quando disse que não guardo boas lembranças de Salvador, refiro-me a um fato ocorrido há muitos anos quando estive na capital baiana participando de um encontro nacional da empresa em que trabalhava. Na época, ficamos em um hotel cinco estrelas em Itapuã (ou Itapoam) e alugamos um buggy do hotel para rodar pela cidade. O carro era bem discreto. Pintado de amarelo com imensa logomarca do hotel no capô dianteiro. Ou seja: em qualquer lugar que fôssemos, seríamos reconhecidos como pessoas endinheirada, quando na verdade não era bem assim rsrs. Pois bem, certa tarde, circulando pela cidade, paramos o veículo em um estacionamento em frente do Mercado Modelo e o funcionário de serviço exigiu que deixássemos a chave do buggy na recepção. Estranhei o fato, tentei argumentar sem sucesso. Fui até o veículo, desliguei a chave geral e entreguei a chave ao funcionário. Quinze minutos depois, já dentro do mercado, eis que surge um garotinho com não mais de 12 anos e avisa: "Tio, tem uns meninos andando com seu carro". Voltamos correndo ao estacionamento a tempo de observar quatro meninos que não tinham 15 anos cada, rodando com "nosso" buggy pelas ruas do local. Vontade de dar uns tabefes neles e no funcionário não faltou. Só então entendi a insistência para que deixasse a chave do carro. Acho que o funcionário ganhava alguma coisa para deixar as crianças rodarem pela área, certo de que não haveria consequências, afinal éramos turistas. Aquele fato estragou o meu dia e deixou-me com a má impressão da cidade, apesar de ser um fato isolado. 20º Dia - 05 Fev 2014 - Itaberaba/BA - Palmas/TO Com o desafio de visitar de moto todas as capitais brasileiras, hoje é dia de chegar à Palmas, capital do Tocantins.. Por esta razão, deixei o litoral é sigo para o meio do país.
A Chapada Diamantina é maravilhosa e a BR 242 está muito bem conservada. É uma reta sem fim, exceto pelas curvas no alto da serra.
Por volta das dez horas, começou a chover e esfriar, me obrigando a usar a capa de chuva sobre a roupa de cordura. Em Ibotirama passei novamente ponte sobre o Rio São Francisco. Já tinha feito isso na divisa de Alagoas com Sergipe onde o Velho Chico se esparrama pelo Oceano Atlântico.
No oeste do Estado é impressionante o desenvolvimento do setor agrícola, próximo a Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães, onde tomei a BA 460 para o Tocantins, deixando a Bahia pela cidade de Placas.

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