domingo, 6 de dezembro de 2015

Equador

70º Dia - 03 de abril de 2014 - Piura/Peru a Loja/Equador

Deixei Piura e logo depois cheguei em Sullana.
Conforme disse, decidi tomar o caminho de Sullana para Macará no Equador e segui à direita.
Estrada deserta e estreita. Achei até que não ia chegar ao Equador por ali.
Pequenos vilarejos no caminho até avistar uma placa de que a fronteira estava à frente.
Em um curva, avistei a barreira policial com militares armados com fuzis.
Me pararam para ver documentos e eu pedi se era ali que dava saida do país.
Me disseram que sim e então segui para a imigração e aduana.
Só tinha eu. Então o atendimento foi rápido.
Quando voltei na moto, os soldados estavam tirando fotos. Deixei-os a vontade e até tirei uma com eles.
Cinco minutos depois já estava no lado equatoriano.
Peço desculpas pelas datas impressas nas fotos. Ainda não aprendi a mexer na câmera que comprei no Peru.

Fiz o trâmite mas uma das funcionárias disse que a máquina de xerox estava com problemas e por isso eu deveria ir até Macará, a cinco km para tirar uma cópia de um canhoto.
Enquanto saía, chegou um motociclista em uma custon. Acenei para ele e segui até Macará onde consegui tirar a cópia e retornei na fronteira pois tinha que deixar a cópia na aduana.
Aproveitei para fazer o seguro que me custou 31 dólares.
O motociclista ainda estava lá e nos apresentamos.
Ele é Marcos, presidente do MC Jinetes do Desierto de Piura no Peru.
Estava indo para um encontro motociclistico em Cuenca no Equador, ou Ecuador como escrevem aqui.
Combinamos seguir juntos e assim o fizemos até a cidade de Loja, onde pernoitamos.
Marcos já passou por aqui e aproveitamos para andar pela cidade, conhecendo alguns lugares.
O hostal simples de 10 dólares me trouxe aborrecimento. Não havia água e tive que trocar de quarto.

71º Dia - 04 de abril de 2014 - Loja a Ambato/Equador

Manhã fria em Loja. Deixamos o hostel e fomos até uma bela feira nas próximidades.
O café da manhã foi uma bela salada de frutas, servida de modo diferente ao do Brasil e um suco de piña.

Retornamos ao hotel e depois de prepararmos as motos, deixamos a cidade com destino à Cuenca.
A cordilheira logo mostrou sua cara com muita neblina e curvas.
Eu procurando andar o mais rápido possível e o Marcos me seguindo, porém em velocidade bem menor.
Assim foi durante quase uma hora mas confesso que não aguentei e me despedi do Marcos. Talvez nos reencontraríamos em Cuenca durante o encontro motociclistico.
Sozinho e um pouco mais rápido, fui ziguezagueando no alto da cordilheira. Como eram muitas as curvas, resolvi contá-las.
Zerei o odômetro e em um espaço de 100 km contei 330 curvas.
Elas continuavam pela frente e desisti de continuar a contagem mas acho que foram umas 600 em um trecho de pouco mais de 200 km.
Me lembrei da Serra Lema, ou Serra da Virgem na Venezuela que tem 220 curvas em um trecho de 50 quilômetros.

Cheguei cedo em Cuenca. Pensei em ficar para o encontro mas para isso, gastaria mais um dia dos poucos que me restam até chegar em casa.
Passei direto pela cidade.

Do mesmo modo, passei por Azogues, Alausí e Riobamba.
No final do dia cheguei em Ambato e cansado, resolvi pernoitar ali já que Quito seria inalcansável neste dia.

72º Dia - 05 de abril de 2014 - Ambato/Equador a Pasto/Colômbia

Sai cedinho de Ambato e passei por Latacunga e Machachi.
Decidi passar por Quito sem conhecer melhor a cidade. Pretendo um dia voltar para conhecer Galápagos e farei um tour pela cidade na próxima viagem.
Cayambe, Ibarra e Tulcan foram as outras cidades pelas quais passei.
Na fronteira do Equador houve muita demora na liberação da saída. Me pediram todos os documentos e foram inspecionar a moto, inclusive o chassi para só então autorizarem.
Isso me atrasou duas horas.

Deixei o país e logo depois já estava do lado colombiano.
O funcionário que cuidava do trâmite tinha saído para almoçar e esperei quase uma hora.
Quando chegou, foi tirar o decalque do chassi e depois de meia hora de conversa, fui autorizado a entrar na Colômbia.
Tão logo me liberaram, segui para a cidade de Ipiales, logo à frente.
Ali chegando, fui visitar a Iglesia Nuestra Señora de Las Lajas construida no fundo de um vale.
O visual do alto não me encantou e desci até a pequena vila de onde se pode ir a pé até a igreja.
Deixei a moto estacionada ao lado da Subestacion de Polícia de Las Lajas e desci.
Passei por uma centena de barracas com artesanatos variados.
Nas escadarias, milhares de placas fixadas nos paredões com agradecimento pelas graças alcançadas.
Quando cheguei, estavam celebrando uma missa.

Segundo contam, neste local era uma passagem para os moradores da região, fazendeiros principalmente.
Certa vez, uma família de posses, ao passar pelo local, a filha pequena teve uma visão e disse que "a mestiça estava falando com ela".
A família então decidiu construi ali uma igreja em homenagem à santa e hoje, centenária, ela recebe visitantes de todo o mundo.
Fiquei encantado com a arquitetura da igreja construida sobre um rio.
Depois de algumas fotos, sofri para subir centenas de degraus. Cheguei com um palmo de língua de fora. Paguei o estacionamento e deixei o local ainda com sol alto.

Descidi não fazer o SOAT que é o Seguro Obligatorio de Accidentes a Terceros pois até agora ninguém me parou para pedir. Vou arriscar e economizar uns 30 dólares.
Pouco tempo depois cheguei na cidade de Pasto, onde encontrei uma pousada de 40 mil pesos e ali fiquei.
Até aqui já somo 28.900 km percorridos nesta viagem.

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