domingo, 25 de agosto de 2013

Amazonas - Uma lenda nacional

AMAZONAS - UMA LENDA NACIONAL

Na década de 1970, o preço somado aos elevadíssimos tributos tornava quase impossível importar uma motocicleta de alta cilindrada em nosso país. As poucas fábricas que aqui instaladas, se limitavam a produzir motos de pequena cilindrada.

Percebendo isso, dois amigos, os mecânicos Luiz Antonio Gomides e José Carlos Biston resolveram construir uma motocicleta de alta cilindrada associando peças de motos e de carros, de forma a tornar o produto mais acessível aos interessados por este tipo de veículo.



Utilizando pedaços de uma Harley Davidson e de uma Indian, iniciaram a montagem daquela que viria a ser a maior motocicleta do mundo. Com motor Volkswagen 1600 de uma Brasília, peças de Corcel, Fusca, Puma e do caminhão Mercedes Benz 608, construiram artesanalmente e submeteram o projeto ao IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP que aprovou o projeto.




Até então quatro motos haviam sido montadas quando uma empresa se interessou pela idéia.

Surge então, em 1978 a Amazonas Motocicletas Especiais - AME, empresa fundada no bairro da Penha em São Paulo.


Com motor quatro cilindros refrigerados a ar, freio a disco duplo na dianteira e simples na roda traseira, este monstro de 2,24 metros de comprimento e um metro de largura, pesava quase 400kg.
Para alimentar este motor beberão foi instalado um tanque com capacidade para 30 litros de combustível.
A grande vantagem do modelo é que além das quatro marchas à frente, possui marcha-à-ré, fruto de adaptação do trambulador. Assim, as quatro marchas eram trocadas com o auxilio do pé esquerdo, enquanto que, para engatar a ré, era necessário posicionar o câmbio no ponto morto (neutro) para só então engatar a ré através de uma pequena alavanca posicionada no lado direito da moto, logo atrás da perna.





Três anos depois a AME foi comprada por Guilherme Hannud Filho mas, com a abertura da economia final dos anos 80, as importadas começaram a chegar ao mercado brasileiro com preços mais atraentes e a empresa se viu obrigada a fechar as portas, tendo produzido apenas 450 motocicletas. Certa de 100 unidades foram adquiridas pelo Exército, Marinha, Policia Militar e Policia Rodoviária.


Vinte anos depois, Hannud Filho, reativa a marca e em parceria com uma empresa chinesa, começa a produzir modelos de baixa cilindrada utilizando a marca Amazonas.
Os saudosistas protestaram pois consideram a a Amazonas uma motocicleta genuinamente brasileira e por esta razão, seria um "sacrilégio" associar o nome a uma empresa estrangeira, principalmente produzindo motos de baixa cilindradas.

Amazonas LX 250

Atualmente a AME sofre um processo de modernização e estuda lançar nova motocicleta com motor Volkswagen com injeção eletrônica e cerca de 100 kg mais leve. Ainda não há confirmação de lançamento do novo modelo.

Amazonas exposta no salão Duas Rodas em 2007.






Eu, particularmente me orgulho muito em ter sido o proprietário de uma delas até recentemente.

Esta foi minha Amazonas 1600 cilindradas, uma motocicleta que causava espanto e admiração por onde passava.
 

2 comentários:

  1. Fiquei sabendo que o motor da Ame 250 semelhante intruder 250, agora porque tantas peças iguais como cilindro, pistão etc...

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