sábado, 22 de fevereiro de 2014

Suriname (antiga Guiana Holandesa)

Cheguei em Corriverton na fronteira da Guiana com o Suriname no domingo, por volta das 16 horas.
No caminho encontrei o amigo Segismundo, motociclista de Manaus que estava retornando de Paramaribo. Depois de um bate papo e troca de informações, ele seguiu para Georgetown e eu para a fronteira. Infelizmente a última balsa do dia já tinha partido e não restou outra alternativa a não ser regressar e pernoitar em Corriverton. Antes chequei os horários de partida das balsas. Me hospedei no Hotel Malinmar (tel. 335 3328 e 335 3409) , hotel simples, sem restaurante e café, a um custo de cinco mil dólares guianenses ou quarenta reais aproximadamente e um bom visual do Rio Correntyne.
4º Dia - 20 Jan 2014 - Corriverton/GUI - Paramaribo/SUR No dia seguinte, como eu já havia adquirido o seguro de terceiros do Suriname no Bank of Guyana em Lethem, onde custou cerca de R$ 60,00, cheguei por volta das 07h na Aduana guianense. O primeiro passo é dar saída do Permission to Drive na Policia Guianense ao lado da entrada da aduana. Uma dezena de cambista te assediam o tempo todo para troca de moeda.
Logo depois recebi a autorização para entrar na área controlada com a moto e fiquei meia hora na fila para fazer registro e pagar 7.600 dólares guianenses ou cerca de U$ 40,00 da balsa para o Suriname.
A previsão de partida da balsa era 09 horas. Contudo o pessoal da imigração só chegou as 10h e nova fila para carimbar o passaporte na imigração e entregar o Permission na aduana.
Tudo resolvido na Guiana, embarquei na pequena balsa que me levaria ao Suriname após navegar cerca de uma hora.
Na chegada em Canawaima, Suriname, um agente que controlava o pessoal nas filas, olhou para mim e se identificou como motociclista também. Pediu-me que passasse à frente de mais de vinte pessoas. Confesso que fico extremamente constrangido nestas situações. Não gosto de "furar fila" mas ele insistiu, gesticulando que atendi o pedido e nem me atrevi a olhar para trás. Para mim, ficar meia hora a mais na fila não me causaria nenhum desconforto. Fui ao guichê da imigração e bastou apresentar o passaporte, o documento da moto e o seguro e rapidamente fui liberado para ir até a aduana, na sala ao lado. Lá, um simples registro em um livro com algumas informações e estava liberado para seguir viagem agora pelo Suriname.
Objetivamendo chegar na capital Paramaribo a cerca de 250 km, continuei rodando pela mão inglesa e fiquei admirado com a quantidade de canais de água existentes no trajeto que irrigavam imensas plantações de arroz.
Imagino que seja herança dos holandeses que até pouco tempo tinham o controle do país. Os holandeses são campeões em dominar as águas, criando barreiras e canais, tanto que grandes áreas da Holanda, hoje habitadas e cultivadas, já foram mar. Diversas pequenas vilas ou cidades pelo caminho e outra constatação: Todos os supermercados são de propriedade de chineses. E olha que vi muitos. Estrada em ótimas condições, ao chegar em Paramaribo, parei em um posto de bandeira Shell e abasteci. O preço da gasolina é um pouco mais caro que no Brasil e custa SRD 4,74 ou R$ 3,60 o litro.
Contatei por telefone o Dennis Lo, amigo que conheci em Roraima há poucos meses quando ele e um grupo de holandeses estavam fazendo um rally pela amazônia brasileira.
Ele prontamente foi ao meu encontro e me hospedou em sua casa durante três dias em que fiquei na capital. No dia seguinte, logo cedo fui até a Embaixada Brasileira em Paramaribo para um primeiro contato visando obter com mais agilidade o visto para a Guyana Francesa uma vez que decidi não tirar o visto no Brasil, pois teria que viajar de Roraima para Brasília ou Macapá para obter o mesmo.
À noite fomos conhecer a cidade, onde cerca de 10% da população é brasileira e tem até um bairro de nome Belenzinho. Impressionante como por aqui até os produtos são brasileiros. Jantamos com um grupo de brasileiros em um restaurante de brasileiro. Estou em casa!!
5º Dia - 21 Jan 2014 - Paramaribo/SUR Pela manhã do terceiro dia em Paramaribo, depois de ter recebido informações na nossa embaixada, fui até a Embaixada Francesa e expliquei a eles a razão da minha viagem, mostrei e distribui adesivos, recortes de jornais falando da minha viagem. Apesar de bem recebido, me solicitaram uma declaração na nossa embaixada para juntar aos papéis. Retornei à Embaixada Brasileira e depois de quase três horas, conversei com a Vice-Consul que me providenciou o documento. Rapidamente voltei à Embaixada Francesa, onde entreguei a declaração e o passaporte, pagando 60 euros pelo visto que me foi prometido para o dia seguinte as 13h. Observação: nesta andança por embaixada e consulados aprendi uma coisa que, confesso, desconhecia. No consulado, a forma correta de se dirigir ao representante é sempre Cônsul, independentemente se o títular for homem ou mulher (O Cônsul, A Cônsul). Consulesa é a esposa do Cônsul e, portanto, não deve ser confundida. Já até decorei algumas palavras em holândes. Drempel (pronuncia-se drampou)significa lombada (vi muitas placas e lombadas rsrs). Outra palavra é Onafhankelijkheidsplein (nem ouso pronunciar eheheh) que significa Praça da Independência. 6º Dia - 22 Jan 2014 - Paramaribo/SUR - Kourou/GFR No sexto dia da minha expedição, por volta do meio dia a embaixada francesa comunicou que o visto fôra concedido e rapidamente fui em busca do meu passaporte, saindo de lá rumo à fronteira, após agradecer o imenso apoio do Dennis Lo, motociclista que tem recebido e apoiado dezenas de moto viajantes que passam pelo Suriname.Obrigado meu amigo. Estamos de portas abertas para você em Roraima.
Cerca de duas horas depois já estava em Albina na fronteira com a Guiana Francesa onde dei saída do país e aguardei a última balsa do dia para fazer a travessia sobre o Rio Maroni.
Entrei sozinho na pequena balsa e o valor da travessia custou 15,50 euros ou R$ 52,00. Com tripulação brasileira, batemos papo durante os vinte minutos de travessia sobre o Rio Maroni. Rodei 470 km no Suriname acumulando até o momento 1.370 km nesta expedição.

2 comentários:

  1. Prezado.
    Li com muito interesse o seu relato e muito nos serviu para realizarmos nossa viagem em 2015 (junho) ou 2016 (junho).
    Estamos nos organizando para viajarmos de Lauro de Freitas, BA para Macapá, por caminho não convencional, isto é, passando por Brasília, Porto Velho, Manaus, Boa Vista, Georgetown, Paramaribo, Cayenne e depois Oiapoque e Macapá. Gostei muito das informações desse trecho que fez. Minha preocupação maior é sobre a aduana para dar entrada e saída do veículo e dos passaportes, necessidade ou não de vistos. Pode me informar em relação à Guiana e ao Suriname?
    Passando por Brasília verei o visto na embaixada da França, porém, com o novo acordo Euro - Brasil, não estaríamos isentos de visto? Só apresentação de passaporte?
    No ano retrasado saímos de Lauro de Freitas rumo a Trujillo, no Peru. Foram 29 dias e de ótimas lembranças.
    Saudações.
    Marcelo
    marcelorf2@bol.com.br

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